quarta-feira, 2 de julho de 2014

Qualidade total em saúde - acreditação hospitalar




A Acreditação Hospitalar é um método de avaliação voluntário, periódico dos recursos institucionais de cada hospital para garantir a qualidade da assistência prestada segundo padrões previamente definidos.
Esse processo deve ser entendido e abordado como a base orientadora de estratégias táticas na área de educação continuada, aportando coerência entre missão e cultura empresarial. Esta sinergia de valores e objetivos concretiza naturalmente a visão da instituição, fomentada pela agregação das competências nos processos desenvolvidos e qualidade nos serviços entregues como conseqüência da adaptação estrutural e gerencial (racionalização da utilização dos insumos e etapas dos procedimentos), mas principalmente, a valorização do capital humano.
As normas para acreditação de serviços de saúde geralmente são desenvolvidas por equipes multiprofissionais, com envolvimento das comunidades científica, técnica e/ou clínica, as quais buscam definir as melhorias práticas baseadas nos princípios de gestão e melhoria contínua da qualidade e segurança do paciente.
As normas de acreditação tem foco mais técnico, mas gradualmente, tem acrescido itens que também se preocupam em contribuir com a melhoria da gestão, através de indicadores e análises críticas.

Por ter foco mais técnico, as auditorias são feitas por auditores que conhecem os processos e também possuem conhecimento técnico, o que agrega e cria um diferencial se compararmos com a certificação.


Quais as diferenças entre o processo de certificação ( exemplo: ISO) e a Acreditação Hospitalar? 

A equipe de auditores e o tempo disponível para auditoria variam de acordo com o tamanho da instituição, com a complexidade dos serviços prestados e número de unidades de atendimento, tanto para a certificação quanto para a acreditação.

Na acreditação, a comissão avaliadora é composta por médicos, enfermeiros e administradores hospitalares, entre outros, numa equipe multidisciplinar que permite a avaliação global.

Na acreditação, o escopo é definido pela norma de acreditação;
Na acreditação todos os setores são avaliados, inclusive os terceirizados, e a avaliação verifica os investimentos em treinamento e educação continuada.

Além da avaliação dentro dos padrões da ISO, a acreditação acrescenta ainda uma avaliação global dos recursos institucionais. É um processo que tende a garantir a qualidade da assistência, através de padrões previamente aceitos, conforme a OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde, OMS – Organização Mundial de Saúde e ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, além da legislação vigente no país e mesmo, podendo se entender a padrões de excelência internacionais seguindo as normas de órgãos como a Joint Comission;
Na certificação, a empresa define o escopo de certificação, se serão envolvidos todos os processos da empresa ou não ;

Na certificação, a avaliação do processo é feita normalmente apenas por técnicos especializados em áreas de conhecimento isoladas e especificas.

Porque participar de um programa de Acreditação?

Através da Acreditação Hospitalar, a instituição de saúde tem a possibilidade de realizar um diagnóstico objetivo acerca do desempenho de seus processos, incluindo as atividades de cuidado direto ao paciente e aquelas de natureza administrativa.

A partir deste diagnóstico e com o desenvolvimento do processo de educação, de acordo com o Manual de Padrões de Acreditação Hospitalar, é possível discutir, criteriosamente, os achados da avaliação e desenvolver um plano de ações capazes de promover a efetiva melhoria do desempenho da instituição, abrangendo todos os seus serviços e segmentos existentes. 

Visão geral das principais vantagens:

-        Amplia a segurança para os pacientes e profissionais na escolha e utilização dos serviços;

-        Qualidade na eficiência e efetividade da assistência e do atendimento;

-        Construção de equipe e melhoria contínua através de uma ferramenta permanente de aprimoramento institucional.

-        Útil instrumento de gerenciamento racional na utilização de recursos humanos, financeiros e tecnológicos;

-        Critérios e objetivos concretos adaptados à realidade nacional  e opcionalmente internacionais ( se observados também os critérios da Joint Comission).

-        O caminho para a melhoria contínua através de uma abordagem centrada no processo do cuidado com o paciente.

-        Diferencial de mercado fornecendo uma marca reconhecida pelos usuários.

Na implantação de projetos de acreditação, e comum que os funcionários se mostrem reticentes, desconfiados, desmotivados, pois devem sair de suas zonas de conforto e mudar hábitos incorretos e ou improdutivos, exigindo esforço e atenção suplementar.
 Por isso e fundamental a aplicação de métodos pedagógicos adequados à conscientização e evolução do conhecimento sobre as boas práticas já existentes e correção das demais, em conjunto com a valorização pessoal e profissional pela aplicação destas. Como objetivo temos, desarmar resistências, percepções deformadas e preconceitos. 
Assim os colaboradores vão naturalmente demonstrando interesses em identificar e distinguir as discrepâncias existentes entre as práticas executadas e os padrões aceitáveis de qualidade preconizados pelos manuais, uma vez que estes percebem a mais valia de todo o processo e a qualidade dos resultados obtidos na pratica.
É importante frisar o desenvolvimento paralelo e complementar de instrumentos administrativos de suporte que viabilizem meios eficazes e efetivos para mesurar, fomentar e corrigir o cenário da SWOT diagnosticada em relação aos padrões almejados  abordando de forma profissional e impessoal os erros de processo percebidos para que o prognostico seja alcançado da melhor forma possível, dentro do processo de qualidade total  .


Quem Certifica?



A ORGANIZAÇÃO NACIONAL DE ACREDITAÇÃO - ONA é uma organização não governamental caracterizada como pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, de direito coletivo, com abrangência de atuação nacional.
Tem por objetivo geral promover a implantação de um processo permanente de avaliação e de certificação da qualidade dos serviços de saúde, permitindo o aprimoramento contínuo da atenção, de forma a melhorar a qualidade da assistência, em todas as organizações prestadoras de serviços de saúde do País.
Em 2013, a ONA tornou-se membro da ISQua - International Society for Quality in Health Care.


Missão: Incentivar o setor saúde para o aprimoramento da gestão e da qualidade da assistência, por meio do desenvolvimento e evolução de um sistema de acreditação.

Visão : Tornar a Acreditação ONA reconhecida pela população brasileira como sinônimo de segurança, qualidade e credibilidade de serviços de saúde, até 2020.

Valores:

Credibilidade
Confidencialidade
Aperfeiçoamento contínuo
Desenvolvimento participativo
Transparência em suas ações
Respeito individual e coletivo
Sustentabilidade como fator de crescimento

O objetivo é, juntamente ao Ministério da Saúde,  promover a melhoria da qualidade da saúde e sua assistência em todo o país.  Esta venceu o desafio de redigir procedimentos que refletem a realidade do Brasil, dando incio às práticas recomendadas para adequação ao processo de acreditação. Contudo, não basta apenas descrever procedimentos, mesura-los e adequar-se aos mesmos, mas também atualizá-los no mínimo a cada dois anos, em vista da velocidade com que os serviços de saúde incorporam novos serviços e novas tecnologias e assegurar a sustentabilidade de tais processos ao longo das evoluções e sócioculturais.

O caminho para a implantação bem sucedida de um programa baseado nos padrões exigidos pelo Manual da ONA (Organização Nacional de Acreditação) e ou o manual da JCI (Joint Comission International), que exige a estruturação de um arraigado processo educativo de valores e cultura organizacional, permanente e abrangente, que contemple todo o corpo de trabalhadores, desde a base da cadeia produtiva dos serviços até o presidente, compartilhando princípios, metas e objetivos a serem alcançados. Além disso, faz-se necessário o desenvolvimento de um sistema de informação e documentação claro e eficiente de apoio e que proporcione ambiente fértil para o pleno desenvolvimento do processo, incluindo um processo formal de análise crítica dos processos, com evidências de melhorias cíclicas no histórico a curto, médio e longo prazo.

OS NÍVEIS, PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS E ITENS PERTINENTES:

NÍVEL 1

 As exigências deste nível contemplam o atendimento aos requisitos básicos
da qualidade na assistência prestada ao cliente, nas especialidades e nos serviços
da organização de saúde a ser avaliada, com recursos humanos compatíveis com a
complexidade, qualificação adequada (habilitação) dos profissionais e responsável técnico
com habilitação correspondente para as áreas de atuação institucional.

Princípio: SEGURANÇA

 • habilitação do corpo funcional;
 • atendimento aos requisitos fundamentais de segurança para o cliente nas
ações assistenciais e procedimentos médico-sanitários;
 • estrutura básica (recursos) capaz de garantir assistência para a execução
coerente de suas tarefas.

NÍVEL 2

 As exigências deste nível contemplam evidências de adoção do planejamento
na organização da assistência, referentes à documentação, corpo funcional (força de
trabalho), treinamento, controle, estatísticas básicas para a tomada de decisão clínica e
gerencial, e práticas de auditoria interna.
 Princípio: SEGURANÇA e ORGANIZAÇÃO
 • existência de normas, rotinas e procedimentos documentados, atualizados
e disponíveis e, aplicados;
 • evidências da introdução e utilização de uma lógica de melhoria de
processos nas ações assistenciais e nos procedimentos médicos-sanitários;
 • evidências de atuação focalizada no cliente/paciente.

NÍVEL 3

 As exigências deste nível contêm evidências de políticas institucionais de melhoria
contínua em termos de: estrutura, novas tecnologias, atualização técnico-profissional,
ações assistenciais e procedimentos médico-sanitários. Evidências objetivas de utilização
da tecnologia da informação, disseminação global e sistêmica de rotinas padronizadas e
avaliadas com foco na busca da excelência.

 Princípio: SEGURANÇA, ORGANIZAÇÃO E PRÁTICAS DE GESTÃO E QUALIDADE

 • evidências de vários ciclos de melhoria em todas as áreas, atingindo a
organização de modo global e sistêmico;
 • utilização de sistema de informação institucional consistente, baseado em
taxas e indicadores, que permitam análises comparativas com referenciais
adequados e a obtenção de informação estatística e sustentação de
resultados;
 • utilização de sistemas de aferição da satisfação dos clientes (internos
e externos) e existência de um programa institucional da qualidade e
produtividade implantado, com evidências de impacto sistêmico.

Por onde devo começar? 




Primeiramente deve-se atentar a sensibilização de toda a equipe ao objetivo, as metas e, principalmente, as melhorias esperadas ao longo do Processo. A conquista do título de hospital acreditado pode demorar entre 6 meses e 1 ano, dependendo do porte da unidade e da adesão da equipe. Palestras e cursos são importantes para envolver todos os funcionários nesse novo ambiente. A seguir são escolhidos os facilitadores (funcionários encarregados de fazer o processo acontecer no dia-a-dia da organização).  O Manual Internacional de Padrões contêm 11 funções das atividades essenciais para o desenvolvimento assistencial, de gestão e operacional em uma instituição de saúde hospitalar. Essas funções serão como guias de apoio para o inicio do projeto e são as seguintes :

1.    Acesso e Continuidade do Cuidado

2.    Direitos do Paciente e Familiares

3.    Avaliação do Paciente

4.    Cuidados ao Paciente

5.    Educação do Paciente e Familiares

6.    Melhoria da Qualidade e Segurança do Paciente

7.    Prevenção e Controle de Infecções

8.    Governo, Liderança e Direção

9.    Gerenciamento do Ambiente Hospitalar e Segurança

10.  Educação e Qualificação de Profissionais

11.  Gerenciamento da Informação



Linha de Crédito 

Um bom indício de que a busca pelo certificado deve se ampliar veio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em outubro do ano passado a instituição publicou a norma 636/2002, que trata da criação de uma linha de crédito atraente e específica para os hospitais participantes do processo de acreditação. O objetivo é facilitar a implantação das adequações, que podem significar desde a realização de obras civis caras ou a compra de novos equipamentos.




Conteúdo adaptado das seguintes fontes de pesquisa:













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